O Desafio da Criatividade

Desde o momento em que ensaiamos nossos primeiros passos, tem início um sutil e inconsciente movimento de inibição de nossa criatividade natural. Primeiro em casa, depois na escola e no trabalho, somos instados a andar em terreno já conhecido, seguir a tradição e não “fazer marolas”.

Este processo tem seu lado positivo, pois a vida em sociedade requer a observação de certas regras e costumes. No entanto, traz um efeito secundário pernicioso: o lento, mas inexorável, bloqueio de nossa curiosidade, imaginação e engenhosidade.

O declínio da criatividade

No livro “Ponto de Ruptura e Transformação”, George Land relata os resultados de testes realizados com um grupo de 1.600 jovens nos EUA. O estudo se baseou nos testes usados pela NASA para seleção de cientistas e engenheiros inovadores. No primeiro teste as crianças tinham entre 3 e 5 anos e 98% apresentaram alta criatividade; o mesmo grupo foi testado aos 10 anos e este percentual caiu para 30%; aos 15 anos, somente 12% mantiveram um alto índice de criatividade. Teste similar foi aplicado a mais de 200.000 adultos e somente 2% se mostraram altamente criativos.

George Land e sua colega Beth Jarman concluíram que aprendemos a ser não-criativos. O declínio da criatividade não é devido à idade, mas aos bloqueios mentais criados ao longo de nossa vida. A família, a escola e as empresas têm tido sucesso em inibir o pensamento criativo. Esta é a má notícia. A boa notícia é que as pesquisas e a prática mostram que este processo pode ser revertido; podemos recuperar boa parte de nossas habilidades criativas. Melhor ainda, nós podemos impedir este processo de robotização.

O desenvolvimento da criatividade requer que abandonemos nossa zona de conforto e nos libertemos dos bloqueios que impedem o pleno uso de nossa capacidade mental. Nas palavras do poeta Guillaume Apollinaire, temos de perder o medo de voar:

Cheguem até a borda, ele disse.
Eles responderam: Temos medo.
Cheguem até a borda, ele repetiu.
Eles chegaram.
Ele os empurrou… e eles voaram.

Acredito que todos nós, cada um a seu modo, somos capazes de realizações criativas em alguma área de atividade. Para isso, é necessário contar com as condições certas e com o acesso aos conhecimentos e habilidades apropriadas.

Há um processo que gera criatividade – e você pode aprendê-lo.
Twyla Tharp, dançarina e coreógrafa.

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O segredo da criatividade de Walt Disney

A habilidade de Walt Disney de transformar suas ideias criativas em sucessos comerciais, o qualificam como um gênio do mundo do entretenimento.  O sucesso mundial de seus desenhos animados, espetáculos ao vivo e parques demonstra uma habilidade única de pegar fantasias que só existem na imaginação e criar personagens, enredos e experiências concretas que impactam a sensibilidade de pessoas de diversas culturas.

Robert Dilts, um dos pioneiros da Programação Neuro-Linguística (NLP), estudou o processo criativo de Walt Disney, revelando sua habilidade especial de compreender, sintetizar e simplificar princípios muito básicos, mas ao mesmo tempo muito sofisticados. Revela uma estratégia de pensamento criativo que explora como ordenar e usar as habilidades mentais de sonhar, analisar criticamente e concretizar seus planos. Conforme as palavras de um dos parceiros de Disney:

“… havia na realidade três diferentes Walts: o sonhador, o realista e o desmancha-prazeres. Você nunca sabia qual deles viria para a reunião”.

Walt Disney usava e coordenava sua imaginação (o sonhador), traduzia metodicamente suas fantasias em formas tangíveis (o realista) e aplicava seu julgamento crítico (o crítico).

As três perspectivas do processo criativo de Walt Disney

O Sonhador: aquele que sonho alto e dá asas a imaginação, sem medo, inibições e censura. Tudo é possível, o céu é o limite.

O Realista: aquele que faz as coisas acontecerem. Pensa de maneira construtiva e sabe como planejar, estabelecer prazos e metas, definir responsabilidades e dimensionar recursos.

O Crítico: aquele que se concentra no que pode dar errado e sempre encontra furos nas ideias e nos planos. É essencial, pois sabe como localizar as falhas e possibilita a tomada de ações preventivas para eliminar as causas de problemas potenciais.

Você os reconhece? Provavelmente sim, não somente em si mesmo, mas também em outras pessoas. Cada um de nós traz dentro de si o sonhador, o realista e o crítico. Algumas pessoas são naturalmente mais inclinadas para um destes perfis do que para os outros. Mas isto é bom, pois todas estas três habilidades mentais são necessárias.

 Infelizmente, o que usualmente acontece é que o sonhador, o realista e o crítico entram em conflito e terminam paralisados. O segredo do sucesso é integrá-los de uma maneira produtiva e assegurar que todas as três perspectivas sejam trazidas para a reunião de trabalho no momento adequado. Um sonhador sem um realista não consegue concretizar suas ideias, pois há um momento certo para sonhar, um momento certo para planejar as ações e outro para analisar criticamente e localizar as falhas.

Um crítico e um sonhador sem um realista ficam paralisados num eterno conflito. Um sonhador e um realista podem criar coisas, mas suas ideias podem não ser sólidas sem a ajuda de um crítico. O crítico ajuda a avaliar e refinar os produtos da criatividade.

Bem liderado, um grupo de pessoas que reúne estas três perspectivas forma uma equipe coesa de bons inventores e solucionadores de problemas. Como seres humanos, nós todos temos a habilidade de sermos criativos. Na verdade, ser mais ou menos criativo resulta fortemente da estratégia comportamental que escolhemos. Saber combinar e usar adequadamente as perspectivas de sonhador, realista e crítico é um dos mais importantes componentes desta estratégia.

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12 dicas sobre como realmente aprender com seus erros

A inovação implica em assumir alguns riscos, testar novas ideias e, eventualmente, cometer alguns erros. Os erros acarretam inconveniências como o aumento de custos e atrasos nos projetos, mas podem trazer valiosas oportunidades de aprendizado. Contudo, os erros somente geram aprendizado quando nós os reconhecemos, admitimos nossa responsabilidade e refletimos honesta e disciplinadamente sobre suas causas. Nestes casos, o aprendizado se fundamenta na identificação das causas dos erros cometidos, especialmente daquelas que foram originadas pelas nossas atitudes, convicções e preconceitos.

A lista a seguir pode ser usada para guiar seu processo de reflexão e aprendizado com seus erros:

  1. A aceitação da responsabilidade é essencial para tornar o aprendizado possível.
  2. Não iguale o erro honesto resultante de um experimento planejado com erros devidos à irresponsabilidade, incompetência ou descaso.
  3. Você não pode mudar seus erros, mas você pode escolher como responder a eles.
  4. O crescimento começa quando você pode ver espaço para melhorias.
  5. Procure entender porque o erro aconteceu; investigue para conhecer suas causas.
  6. Que sequência de pequenos erros levou ao grande erro?
  7. Que informações poderiam ter evitado o erro?
  8. Há alternativas que poderiam ser consideradas, mas não o foram?
  9. Que mudanças são necessárias para evitar a repetição deste erro?
  10. Que tipos de mudanças são difíceis para você?
  11. Que tipo de comportamento você precisaria mudar em situação semelhante?
  12. Mas não se iluda, a próxima situação não será idêntica à última. O erro pode até se repetir, mas as causas e conseqüências podem ser diferentes.

Qual a sua opinião a respeito das dicas acima? Você acredita que os erros podem ser realmente fontes de aprendizado?

  • Concordo e sempre aproveito meus erros para aprender e melhorar.
    • Concordo, mas raramente aproveito meus erros para aprender e melhorar.
    • Concordo, mas ainda não tenho o hábito de refletir sobre meus erros.
    • Discordo, não creio que os erros possam ser uma boa fonte de aprendizado.

Use o espaço “Comentários” abaixo para sua opiniões e contribuições. Obrigado.

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Pensamento criativo – você está no controle?

Em volta da fogueira, o velho avô falou ao seu neto sobre a batalha que se passa dentro de cada pessoa. Ele disse, “Meu filho, a batalha se dá entre dois lobos dentro de todos nós. Um é o Mau. Ele é o medo, a raiva, a inveja, a tristeza, a inveja, a arrogância, a ganância, o ressentimento e a mentira. O outro é o Bem. Ele é a alegria, a paz, o amor, a esperança, a serenidade, a humildade, a cortesia, a empatia, a generosidade, a verdade e a fé”.

O garoto pensou um momento sobre o que tinha ouvido e perguntou ao avô, “Qual lobo vence?” O avô respondeu: “Aquele que você alimenta”.

Frequentemente somos colocados perante desafios que exigem uma escolha, especialmente entre manter-se amarrado a práticas e ideias obsoletas, ou olhar estes desafios como oportunidades de aprender, inovar e crescer.

A boa notícia é que temos uma escolha. Podemos alimentar o lobo do comodismo e do medo de errar, ou alimentar o lobo da coragem e da esperança. Podemos escolher em acreditar que somos criativos ou não.

Alimentando o lobo do Bem (e da Criatividade)

Algumas medidas simples, mas muito eficazes, que você pode tomar para alimentar e fortalecer sua criatividade:

  1. Acredite na sua criatividade – o primeiro passo é livrar-se da ideia “Eu não sou criativo”. Livre-se da crença de que a criatividade é um dom reservado para poucos privilegiados.  O talento criativo não é um clube exclusivo. Isto é como pensar que somente certas pessoas podem ser singulares. O que acontece é que algumas pessoas aceitam e expressam sua singularidade e outras não. Criatividade é como um raro presente que nos concedemos: a permissão para sermos nós mesmos. Nossa singularidade continua a ser o ponto principal. Frequentemente, esta atitude é suficiente para dar início a um fluxo de ideias.
  2. Exponha-se a novas experiências – seus sentidos capturam as informações básicas que sua mente usa para gerar novas associações. Quanto mais você se expõe a situações, pessoas e lugares diferentes, mais matéria prima você colhe para sua mente usar em novas conexões. Crie oportunidades para trazer diversidade e variedade à sua vida: viaje, leia livros e veja filmes diferentes dos que você costuma ler e ver, converse com pessoas com profissões, crenças, hábitos e estilos de vida diferentes do seu. Deixe sua curiosidade guia-lo por caminhos nunca antes percorridos. Em suma, saia da rotina e não tenha medo de conhecer ou fazer coisas diferentes.
  3. Dê as boas vindas a todas as ideias, mesmo as absurdas – você não deve se preocupar em somente ter grandes ideias. Afaste o censor que existe dentro de você e se concentre na quantidade; quanto mais, melhor. Algumas ideias que parecem absurdas podem ser as sementes de conceitos promissores. Deixe os julgamentos para mais tarde.
  4. Registre as ideias imediatamente – criatividade requer tanto imaginação como também muita disciplina e cuidados para não deixar perder as boas ideias. Quantas vezes você passou pela situação de estar dirigindo, andando na rua, almoçando, ou no metrô ou ônibus e, de repente, ter uma grande ideia. Você pensa: logo que chegar em casa ou no escritório, eu vou escrever esta ideia, ela é muito boa e não posso perdê-la. Mas, ao chegar lá você não se lembra mais da grande ideia, ou tem somente uma vaga lembrança e não consegue recuperá-la. Cultive o hábito de registrar todas as suas ideias. Use o que lhe for mais conveniente como bloco de notas, gravador de voz, os recursos de seu celular, etc. Não confie na sua memória. Se você não registrar suas ideias imediatamente, você se esquecerá da maioria delas.

Voltando ao início: Qual lobo você está alimentando neste momento?

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Como usar melhor o seu tempo e se tornar mais eficaz e produtivo

Tempo perdido é tempo irrecuperável, você não pode fazer o relógio voltar atrás. A arte de gerenciar o tempo é uma habilidade essencial para o sucesso em qualquer atividade, especialmente daquelas que requerem uma prolongada concentração mental, como a geração de ideias criativas e inovadoras. Conheça uma ferramenta simples e prática para gerenciar melhor seu tempo e se tornar mais eficaz e produtivo.

O que é a administração do tempo?

A administração do tempo é mais do que controlar as horas, é o gerenciamento de nós mesmos em relação ao modo como dispomos do tempo. É a arte de organizar, programar e orçar o próprio tempo com o propósito de se tornar mais eficaz e produtivo. Esta arte é especialmente essencial para quem é dono de seu próprio negócio, tanto para o grande como para o pequeno empreendedor e, sobretudo, para o patrão de si mesmo.

Todos nós temos muitas coisas para fazer e nunca temos tempo suficiente. Muitas coisas são deixadas inacabadas. Com o passar do tempo, as tarefas inacabadas se tornam críticas e nos vemos envolvidos em crises, tendo que parar tudo e agir como bombeiros, apagando incêndios. Caímos numa roda viva: as crises tomam tempo, coisas importantes deixam de ser feitas, gerando atrasos e novas crises.

Como sair desta roda viva e assumir o controle de como usamos nosso tempo? Talvez você pense em adquirir um sofisticado aplicativo para agendar e gerenciar suas atividades. Tudo bem se você gosta deste tipo de aplicativos, mas na verdade, isto não é o essencial. Basta uma simples folha de papel, pois o importante é sua atitude de considerar seu tempo um recurso valioso que deve ser usado com inteligência e criatividade. Tenha sempre em mente que tempo perdido é tempo irrecuperável, você não pode fazer o relógio voltar atrás. Você pode repor o leite derramado; quanto ao tempo perdido, só lhe resta chorar.

O segredo do sucesso: as coisas mais importantes em primeiro lugar

Mas como adotar esta atitude sem se tornar um afobadinho estressado? A resposta está na priorização de suas tarefas e no tempo aplicado a elas. Você não precisa trabalhar mais rápido para fazer melhor uso de seu tempo. Você necessita de trabalhar com mais inteligência e aplicar mais tempo nas coisas certas.

Priorizar significa fazer escolhas sobre o que é e o que não é importante. Para priorizar efetivamente, você precisa ser capaz de reconhecer o que é importante, bem como ver a diferença entre o urgente e o importante. As tarefas importantes, ou altamente prioritárias, são aquelas que nos ajudam a atingir nossos objetivos de longo prazo ou que podem ter outras consequências significativas no longo prazo. São tarefas com impactos relevantes sobre nossos objetivos, sonhos, planos e estratégias.

À primeira vista, muitas tarefas do dia a dia parecem igualmente importantes e urgentes. Contudo, uma olhada mais cuidadosa revela que muitas tarefas urgentes não são realmente importantes num enfoque de longo prazo. Ao mesmo tempo, coisas que são muito importantes, como melhoria de métodos, criação de novos produtos, melhoria de nossas competências, mais tempo com a família, ampliação da rede de relacionamentos, frequentemente não são urgentes. Como bem disse o General Eisenhower, comandante das forças aliadas na Segunda Guerra Mundial: “O importante é raramente urgente e o urgente é raramente importante”.

A Matriz de Gerenciamento do Tempo

O General Eisenhower, comandante das Forças Aliadas na Segunda Guerra e depois eleito Presidente dos EUA, foi o criador de uma matriz muito simples que nos ajuda a combinar importância e urgência e a planejar o uso de nosso tempo com inteligência e eficácia. Pegue uma folha de papel e desenhe um grande quadrado. Divida o quadrado em quatro partes iguais, formando quatro quadrantes. Complete sua matriz, indicando na vertical a importância e na horizontal a urgência, conforme mostrado na figura.

Liste suas atividades e coloque-as em um dos quatro quadrantes, conforme a importância e a urgência.

Quadrante 1: Quadrante do Stress, onde nós gerenciamos, executamos ou respondemos às tarefas importantes que se tornaram urgentes por não terem sido resolvidas a tempo. Pode estar sobrecarregado por falta de planejamento ou falha em prever obstáculos. Em resumo:

  • Tarefas importantes e urgentes.
  • Aqui estão as crises, os projetos próximos da data final, os acidentes ou imprevistos com consequências sérias.
  • Precisam ser feitas rapidamente.
  • Estratégia: resolva agora.

Quadrante 2: Quadrante da Qualidade, onde planejamos, antecipamos e tomamos ações preventivas para evitar futuros problemas. Gastando mais tempo neste quadrante, aumentamos nossa capacidade de fazer o melhor, com mais qualidade e produtividade. Ignorar este quadrante tem como resultado o aumento do stress e criação de novas crises. Falhar neste quadrante, significa transferir tarefas para o Quadrante 1 (Stress). Em resumo:

  • Tarefas importantes, mas não urgentes.
  • Incluem atividades de planejamento, melhoria de métodos, inovações, desenvolvimento e educação, ampliação da rede de contatos, tempo com a família etc.
  • Necessitam ser feitas; reserve um tempo para elas antes que se tornem urgentes.
  • Estratégia: prepare uma agenda para essas atividades.

Quadrante 3: Quadrante da Ilusão, a agitação e os gritos de urgência criam a ilusão de importância. Algumas coisas aqui podem ser importantes para outras pessoas, mas não para você. Em resumo:

  • Tarefas urgentes, mas não importantes.
  • Aqui estão as interrupções, algumas reuniões, alguns telefonemas, trabalhos ocasionais, os pepinos de outras pessoas etc.
  • São atividades que necessitam ser feitas rapidamente, mas será você a pessoa certa para fazê-las?
  • Estratégia: em alguns caso diga não com diplomacia, em outros delegue.

Quadrante 4: Quadrante do Desperdício, perdas de tempo com assuntos triviais, atividades improdutivas e sem valor. Em resumo:

  • Tarefas sem importância e não urgentes.
  • Telefonemas e e-mails irrelevantes.
  • Relatórios e reuniões inúteis.
  • Excesso de tempo dedicado às redes sociais e à televisão.
  • Estratégia: eliminar ou reduzir ao mínimo indispensável para o verdadeiro lazer.

A classificação de nossas atividades nos quatro quadrantes ressalta o que é importante e nos ajuda a evitar a aplicação de nosso tempo em atividades sem valor. Também nos ajuda a priorizar as atividades importantes.

Três observações sobre o uso da Matriz de Gerenciamento do Tempo (Matriz de Eisenhower)

  1. Muitos profissionais gastam seu tempo trabalhando nas atividades do Quadrante 1 (importantes e urgentes) debelando crises e apagando incêndios. Apesar do stress, muitas pessoas gostam de trabalhar neste quadrante, pois se veem e são vistas como heróis e salvadores. No entanto, as crises são resultantes de falta de planejamento, deficiências na organização e ausência de uma visão de longo prazo.
  2. Quanto mais você se dedicar às atividades do Quadrante 2 (importantes e não urgentes) menos tempo você terá de dedicar ao Quadrante 1. Isto significa menos stress, mais qualidade, mais produtividade e menos desperdícios.
  3. Você obterá o tempo necessário para o Quadrante 2 pela redução de tempo dedicado ao Quadrante 3 (urgentes, mas sem importância) e ao Quadrante 4 (sem importância e sem urgência) pela delegação de tarefas, recusando diplomaticamente ou mesmo eliminando tarefas irrelevantes ou inúteis.

Para encerrar um trabalho prático: Em quais quadrantes você classificaria as atividades de ontem ou da semana passada?

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Problemas difíceis? Seus sonhos podem ajudá-lo na solução

Os sonhos são frequentemente bizarros, incoerentes ou mesmo triviais, mas às vezes podem ser valiosas fontes de soluções criativas para problemas complexos. Tanto na ciência, como nas artes, há numerosos casos em que ideias criativas e inovadoras surgiram através de sonhos.

No campo artístico, escritores, compositores e outros relatam ter se inspirado em seus sonhos. Mary Shelley sonhou as duas principais cenas que deram origem ao livro Frankenstein; o mesmo ocorreu com Robert Louis Stevenson na criação do livro O Médico e Monstro.

No campo da ciência e suas aplicações, há importantes descobertas e invenções que se originaram dos sonhos. Entre os casos mais famosos, temos o sonho relatado pelo químico Friedrich August Kekulé von Stradonitz (1829 – 1896) e o sonho de Elias Howe (1819 – 1867), inventor da máquina de costura.

August Kekulé é uma figura notável na história da química, especialmente da química orgânica. Devemos a Kekulé uma das mais revolucionárias descobertas da química orgânica, revelada através de um sonho bizarro. Kekulé trabalhou durante anos para desvendar a estrutura molecular do benzeno (C6H6). Até então, os compostos de carbono conhecidos tinham uma estrutura molecular linear com cadeias laterais, contudo esta estrutura linear aberta parecia não se aplicar ao benzeno. Uma noite ele adormeceu em frente à lareira e sonhou com várias cobras rastejando e se contorcendo, que finalmente formaram um anel de seis cobras, cada uma mordendo a cauda da outra. Ao acordar, ele interpretou o hexágono formado pelas cobras como a solução para a estrutura molecular do benzeno.

Elias Howe teve a ideia de uma máquina com uma agulha para costurar tecidos, mas não sabia exatamente como ela poderia trabalhar. O problema estava onde localizar o buraco da agulha para passar a linha. Ele tinha tentado uma agulha com duas pontas e o buraco no meio, mas não funcionou. Ele se sentia sem ideias para solucionar o problema. Uma noite ele sonhou que estava sendo perseguido por uma tribo de índios ferozes que portavam lanças com um buraco em forma de olho na ponta. Quando acordou, ele percebeu que seu sonho tinha fornecido a solução: colocar o buraco para a linha na ponta da agulha.

Portais para a criatividade

O mecanismo pelo qual os sonhos oferecem soluções criativas ainda não é plenamente conhecido, mas pode ser que, durante o sono, nosso cérebro tenha mais liberdade para trabalhar as informações disponíveis e explorar ideias alternativas não consideradas quando estamos acordados. Pesquisas começam a sugerir que os sonhos são simplesmente pensamentos num estado bioquímico diferente. As áreas do cérebro que restringem nosso pensamento ao que é lógico e familiar são menos ativas durante o sono. Esta desinibição é uma parte crucial do pensamento criativo; os bloqueios mentais são rompidos, e novas pistas e novas abordagens são reveladas.

Quando o sonhador acorda, as informações podem ter sido processadas de novas maneiras e soluções alternativas podem estar disponíveis. Como diz a sabedoria popular: Se o problema parece insolúvel, tente dormir com ele.

Deirdre Barret, psicóloga da Harward Medical School, estudiosa de sonhos e autora do livro The Committee of Sleep, afirma que podemos adotar algumas técnicas e hábitos para tirar melhor proveito dos nossos sonhos na solução criativa de problemas. Eis o que ela recomenda:

  1. Escreva seu problema como uma frase ou sentença curta e coloque ao lado de sua cama, juntamente com um lápis e um bloco de notas. Se quiser, acrescente uma lanterna.
  2. Arrume objetos relacionados ao problema sobre a mesa de cabeceira ou na parede do quarto. Se possível use um pôster para representar graficamente o problema.
  3. Reveja o problema por alguns minutos antes de ir para a cama.
  4. Após se deitar, visualize o problema como uma imagem concreta, se possível.
  5. Diga a si mesmo que quer sonhar com o problema assim que começar a dormir.
  6. Ao acordar, mantenha-se quieto antes de sair da cama. Procure se lembra de qualquer traço de um sonho e tente trazer mais lembranças do mesmo. Anote tudo que lembrar.

Seus problemas parecem insolúveis? Relaxe, procure dormir e tenha bons sonhos.

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Criatividade: mitos e realidade

Algumas ideias equivocadas sobre a criatividade têm levado as pessoas a ignorarem o potencial criativo que existe em cada um de nós. Os mesmos enganos têm levado as empresas a adotarem práticas inadequadas para fomentar a criatividade de suas equipes.

Antes de abordar estas ideias erradas é aconselhável esclarecer o significado do termo criatividade. No contexto deste artigo, criatividade é a habilidade de gerar ideias originais e solucionar os problemas do dia-a-dia. Ser criativo é olhar para as mesmas coisas como todo mundo, mas ver e pensar algo diferente.

O primeiro mito: a criatividade é um dom especial que somente algumas poucas pessoas têm. O talento, a persistência e a concentração podem ser um dom, mas o potencial para ser criativo é algo disponível para todos nós. Muitas pessoas deixam este potencial ser anulado por bloqueios culturais e ambientais e pelo medo de errar e parecerem tolas. Outras usam o potencial criativo ocasionalmente. Recomendo a leitura do artigo Criatividade: Dádiva de Deus ou habilidade aprendida?.

O segundo mito é que as pessoas se tornam mais criativas quando trabalham sobre pressão. A experiência mostra que, sob certas condições especiais, isto pode ser verdade. Contudo, a experiência mostra também que sobre muita pressão, especialmente do tempo, as pessoas se contentam com as primeiras ideias que lhes ocorrem, as mais óbvias. Muita pressão pode reduzir a originalidade das soluções.

O terceiro mito é sobre o poder do dinheiro como motivador da criatividade. O reconhecimento material é um motivador extrínseco, isto é, vem de fora da pessoa. A motivação extrínseca é induzida por outra pessoa ou organização interessada nos resultados do processo criativo. Estudos conduzidos por Teresa Amabile, da Universidade de Harvard, revelaram que a grande força acionadora da criatividade está na motivação para a tarefa executada, no interesse e paixão que as pessoas sentem pelo trabalho. Esta é a motivação intrínseca, que vem de dentro da pessoa criativa. O dinheiro pode influenciar a motivação intrínseca (interna), mas não pode criá-la.

O quarto mito: competição é melhor do que colaboração. Esta ideia pode ser válida para a competição entre empresas, mas é um desastre quando aplicada a grupos dentro de uma organização. A competição interna leva ao isolamento, politicagem, restrições ao fluxo de informações e desperdícios de recursos. De outro lado, a colaboração favorece a polinização cruzada de ideias, o intercâmbio de informações e experiências, fatores importantes para a geração de ideias originais.

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Biomimética: criatividade inspirada na natureza

Biomimética (imitação da vida) é o ramo da ciência dedicado a entender os princípios usados pela natureza e usá-los como estímulos para inovações. As inovações da natureza, que têm sido desenvolvidas a aperfeiçoadas continuamente por milhões de anos, fornecem um estoque inesgotável de ideias e soluções engenhosas. Além das contribuições às inovações tecnológicas, estas ideias têm contribuído também para a causa da proteção ambiental.

Muitos dos conceitos inovadores que os engenheiros e cientistas estão adotando da natureza correspondem ao princípio da sustentabilidade. A natureza sempre alcança seus objetivos com economia, com um mínimo de energia, conserva seus recursos e recicla completamente seus resíduos. Pesquisadores de diversas áreas estão estudando as soluções encontradas pela natureza e procurando adaptá-las na solução de seus problemas e na inovação de seus produtos.

Em artigo anterior, Desvendando os segredos dos grandes inventores, vimos dois exemplos de inovações baseadas nas lições da natureza, as invenções do velcro e da máquina de descaroçar algodão. Um exemplo mais recente é o projeto do carro biônico da Mercedes-Benz. O projeto deste carro se inspira no pequeno Peixe-Cofre (Ostraction Meleagris). A despeito de seu corpo em forma de cubo, este peixe tropical apresenta uma aerodinâmica extraordinária. Ele é também um exemplo único de combinação de rigidez e leveza. Sua pele consiste de numerosas placas ósseas hexagonais que resultam em máxima resistência e peso mínimo que protegem efetivamente o animal.

Os pesquisadores da Daimler Chrysler examinaram esta estrutura biônica e transferiram este princípio para o projeto do carro. Os resultados foram notáveis:

  • mais de 40% de aumento da rigidez no painel externo da porta em relação aos resultados que se consegue com os métodos convencionais;
  • o peso total da carroceria reduzido em torno de um terço, sem diminuir a resistência e a segurança no caso de colisões;
  • os testes revelaram uma aerodinâmica equivalente aos melhores resultados já obtidos nas pesquisas da indústria automotiva.

Outras interessantes pesquisas realizadas para estudar as soluções da Mãe Natureza e adaptar seus princípios na melhoria de produtos e métodos:

  • o nariz dos golfinhos é o modelo para uma protuberância em forma de pêra na proa do navio, que possibilita cruzar os oceanos com menor resistência da água e redução do consumo de combustível;
  • os engenheiros do Airbus copiaram a áspera pele do tubarão para desenvolver uma lâmina que cobre a asa do avião, resultando uma redução superior a seis por cento na fricção e considerável economia de combustível;
  • superfícies auto limpantes baseadas nas folhas do lótus.

Nós, os humanos, temos usado os recursos naturais de forma totalmente ineficiente e perdulária, com elevados custos ambientais. A biomimética nos oferece um caminho para aprender com os seres vivos como resolver nossos problemas de forma sustentável.

Se estiver interessado em conhecer mais sobre a biomimética, recomendo a leitura do livro Biomimética: Inovação inspirada pela natureza, de Janine Benyus.

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Pensamentos divergente e convergente: o yin-yang da criatividade

O yin-yang são dois conceitos do taoísmo, que expõem a dualidade de tudo o que existe no universo. Descrevem as duas forças fundamentais opostas e complementares, que se encontram em todas as coisas. No reino do pensamento, Yin é a mente intuitiva, criativa e complexa, ao passo que Yang é o intelecto, racional e claro.

O processo criativo é formado por dois tipos distintos de pensamento que se complementam: o pensamento divergente, o yin, e o pensamento convergente, o yang. O pensamento divergente tem o propósito de criar opções, abrir e explorar novos caminhos e gerar uma grande quantidade e diversidade de ideias. O pensamento convergente tem o propósito de avaliar e selecionar as ideias ou conceitos mais promissores.

O sucesso de uma sessão de criatividade, seja usando o Brainstorming ou qualquer outra ferramenta de criatividade, está fortemente condicionado à separação rigorosa da fase de geração de ideias da fase de julgamento e seleção das ideias geradas, de tal modo que se complementem, mas cada uma agindo no seu devido momento.

Pensamento divergente: a criação de opções

Nesta primeira fase do pensamento criativo, procura-se obter um firme e sincero engajamento da equipe pela criação de um ambiente em que as pessoas se sintam seguras e confortáveis em explorar novas perspectivas, questionar as práticas e normas vigentes e expressar livremente suas opiniões. O objetivo é obter uma grande quantidade e diversidade de ideias e criar uma variedade de opções para a fase seguinte.

Há seis diretrizes gerais para fomentar e sustentar o pensamento divergente:

  1. Apresentar o desafio ou problema sob a forma de uma pergunta desafiadora que incite o grupo a pensar “fora da caixa”.
  2. Adiar o julgamento, não permitindo tanto as críticas quanto os elogios.
  3. Encorajar a quantidade e diversidade, anotando cada ideia apresentada.
  4. Apoiar o inusitado, batalhando pelo incomum e estranho e encorajando diferentes perspectivas.
  5. Procurar por combinações de ideias que podem operar juntas.
  6. Construir novas ideias a partir de ideias apresentadas (sem críticas).

Pensamento convergente: fazendo as escolhas

O pensamento convergente é uma forma prática de decidir entre as alternativas existentes. É o momento de analisar criticamente e julgar as ideias geradas na etapa do pensamento divergente e selecionar as melhores ideias com base em critérios previamente definidos.

No entanto, esta fase não se resume simplesmente em passar as ideias por um filtro até que reste uma única ideia. As boas ideias não saem perfeitas e acabadas da fase anterior. A semente de toda inovação é uma ideia altamente especulativa, e inacabada, que precisa ser trabalhada par se tornar viável e prática. Pela sua própria natureza, quanto mais ambiciosa a ideia, mais frágil ela se apresentará, mais falhas terão que ser corrigidas. Nem mesmo as ideias consideradas absurdas devem ser simplesmente descartadas. Elas podem revelar conceitos valiosos que servirão de ponte para ideias mais práticas. Recomendo a leitura do artigo Como Selecionar suas melhores ideias.

No livro Criatividade Aplicada você encontra tutoriais completos sobre as técnicas e ferramentas de criatividade aplicadas na geração, desenvolvimento e seleção de ideias.

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Por que exaltamos a criatividade, mas rejeitamos as ideias criativas?

A maioria das pessoas exalta e admira a criatividade, mas, com muita frequência, elas assumem uma atitude de reserva e mesmo de resistência quando apresentadas a ideias inovadoras que afetam seu trabalho ou modo de vida. A criatividade não somente revela novas perspectivas, mas traz também a incerteza e o desconforto da mudança. Ela traz a ruptura com o passado e com rotina, com o que nos é familiar.

A tendência para nos mantermos no terreno que é conhecido, seguro e confortável nos leva a minimizar, ou mesmo ignorar, as evidências da oportunidade e necessidade de ideias inovadoras. O viés conservador é tão sutil que as pessoas não percebem como ele pode interferir negativamente na avaliação e aceitação de uma ideia criativa, mesmo quando precisam desesperadamente de novas ideias.

Na mitologia romana, Janus é o deus da transição, do movimento, das portas e das pontes. Com suas duas faces, simboliza os momentos associados aos tempos de mudança. Uma das faces está voltada para o passado e para as tradições, a outra está voltada para o futuro e para as novidades. Janus representa o conflito que temos de resolver em momentos de mudança: decidir entre o que é conhecido e prático e o que é novo e arriscado. Mas também nos ensina que os momentos de mudança requerem olhar nas duas direções. Olhe para o passado e use a experiência e o conhecimento adquirido como uma ponte para o futuro, e não como uma justificativa para o comodismo e a inércia. Olhe para o futuro e procure pelos novos caminhos que estão se abrindo e pelos conhecimentos, atitudes e habilidades necessárias para trilhá-los com determinação e sucesso.

Para que lado você está olhando?

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